Contista,
tradutor e professor.
Ainda
menino, muda-se com a família para o Rio de Janeiro, e cursa o primário na
Escola Pública Guatemala. Tenta a carreira diplomática, sem sucesso. Passou
pela Psicologia e acabou ensinando Português, Literatura e Redação. Foi depois
para Teresópolis. Lá, para complementar o necessário à sobrevivência, vendia
cachorro-quente na porta do INPS.
Retornam
a Aracaju, em 1955, onde completa os estudos preparatórios. Ingressa, em
seguida, no curso de letras com habilitação em francês da Universidade Federal
de Sergipe –UFSE, instituição na qual, em 1976, é admitido como professor. Lá
coordenou a Oficina de Redação do Departamento de Letras. Desse último trabalho
nasce o livro Roteiro de Redação: Lendo e argumentando, da Scipione (participam
ainda as professoras Ana Maria Macedo Valença, Denise Porto Cardoso e Sônia
Maria Machado).
Chegou
a sobreviver fazendo traduções. Sempre estudando, fez mestrado em Teoria
Literária, na PUC-RS e doutoramento em Literatura Comparada pela Universidade
de Nice, na França.
A
estreia no mercado editorial se dá com o livro de contos Brincar de Manja, de
1974.
De
1989 a 1990, participa do grupo responsável pela implementação do curso de
pós-graduação em letras da UFSE.
Concilia
a produção literária com as atividades de docente até 1995, quando se aposenta
na universidade e cria, em Aracaju, um curso de redação preparatório.
Coleciona
ainda dois importantes títulos: vencedor do Prêmio Esso de Literatura – 1971 e
do II Concurso Nacional de Literatura – 1992, promovido pela Prefeitura
Municipal de Garibaldi – RS.
Dono
de uma prosa concisa e econômica, sobretudo no que concerne a aspectos formais
e de estilo, em geral, de tom seco e preciso. Constrói assim narrativas sem
excessos e que versam essencialmente sobre a temática da infância, perda da
inocência e morte.
Viana
não se considera um “escritor regional”: suas histórias transcorrem tanto no
interior nordestino quanto em Paris, reflexo do período em que escritor estudou
literatura comparada na França. Sua temática, sombria em princípio, não
resvala, no entanto, só para enredos de infelicidade. O que prevalece é a
perplexidade quase calma e a poesia discreta dos que se comunicam com poucas
palavras e observações precisas.
Livros
de sua autoria:
“Cine
Privê, “Brincar de Manja”, “Em pleno castigo”, “Aberto está o inferno”, “O meio
do mundo” e “O meio do mundo e outros contos”.
Viana
também participou de uma antologia de Os melhores contos brasileiros de 1974,
em 1975, e da coletânea Os cem melhores contos brasileiros do século (Objetiva
–2000), seleção de Ítalo Moriconi.
Fontes:
vendavaldasletras
vendavaldasletras
Biografia
de AC Viana, por Landisvalth Lima, em Recanto das Letras