JEOVÁ SANTANA
Jeová Santana nasceu em Maruim, Sergipe, em 1961. É graduado em Letras pela Universidade Federal de Sergipe, mestre em Teoria Literária pela Universidade Estadual de Campinas, doutor em Educação: História, Política, Sociedade: Educação e Ciências Sociais, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Publicou Dentro da casca (1993), A ossatura (2002), Inventário de ranhuras (2006 e poemas passageiros (2011)). Tem textos publicados nos "sítios" Balaiodenoticias (Aracaju), Cronopios (São Paulo), Panoramadapalavra (Rio de Janeiro), Veropoema (Teresina), nos jornais Cinform e jornal da Cidade (Aracaju) e nas revistas Cult (São Paulo), Língua Portuguesa (São Paulo) e Revista da Poesia Brasileira (Rio de Janeiro) entre outros. Trabalha como professor na rede pública de ensino em Aracaju. Nesta cidade atualmente produz e apresenta o programa "Mestres e Músicas", na rádio Aperipê FM,voltado para professores e artistas em geral. Também é professor de Literatura Brasileira, - Fundamentos da Crítica Literária e Teoria Literária na Universidade Estadual de Alagoas, no Campus de União dos Palmares.
Algumas Poesias de Jeová Santana:
CERTAS PALAVRAS
Palavras duras
duram na memória
Seu talho é fundo
qual faca no peixe
Palavras duras
ferem sem piedade
Até os poetas
lidam mal com elas
Palavras duras
o vento não leva
Palavras escritas
doem na vista
Palavras duras
devem ficar no cofre
O preço da desdita
só sabe quem sofre
Palavras duras
em ouças delicadas
São tão doídas
feito marradas
Palavras duras
não têm medidas
Ditas de chofre
desmantelam vidas
A PONTE E O VAZIO
à Ponte do Imperador
Nesta ponte não impera a dor
mas sim alegria
pois ao ligar-se ao nada
beira a margem da poesia.
(Poemas Passageiros,2011)
POEMINHA DO DESESPERO
Meu amor
mande-me um e-mail torpedo
dizendo que não me ama
que por mim não tem tesão
que gosta de mim como a um irmão
que gosta de mim como a um primo
que detesta tudo que rimo
Meu amor
não atenda meus telefonemas
nem meu convite pro cinema
de arte com filmes do Irã
Renegue meu jantar á luz de velas
Jogue meus buquês na lixeira
Delete meus poemas da memória
Rasgue minhas ridículas cartas de amor
Já ouvi essa conversa antes
do quartel de Abrantes
Me salve do poeta
que mora em mim
e insiste em te ver
entre praias e estrelas
e bulícios de feira
Meu amor
Me xingue, me expulse de sua casa
Bote os cachorros, a polícia,,um ebó,
o pai, o irmão capoeirista
pra cima de mim
Por favor, arranje logo um marido ciumento
e vá morar em Paripiranga, Parati, Paris
Pelas pestes! Olhe que ainda há tempo!
Depois não diga que não avisei!
ODE AO UMBIGO
Traço uma linha imaginária
entre duas montanhas
e um vale fosco
Faço da linha periscópio
e vasculho a fresta
por onde brotou a vida.
Desejo um córtex
que fosse ao cóccix
para desvenda-lo.
Ainda bem que ele anda ao sol
Soubesse sua dona
do perigo que emana
desse olho do cão
tapava-lhe a visão.
Isso deixaria mais opaco
os dias do poeta
nesse mundo vão.
(PRÊMIO BANESE DE LITERATURA)
Jeová Santana é um dos poetas homenageados no IX PRÊMIO TOBIAS BARRETO DE POESIA
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