sábado, 13 de julho de 2013

BIOGRAFIA - ESCRITOR SERGIPANO JEOVÁ SANTANA

JEOVÁ SANTANA


Jeová Santana nasceu em Maruim, Sergipe, em 1961. É graduado em Letras pela Universidade Federal de Sergipe, mestre em Teoria Literária pela Universidade Estadual de Campinas, doutor em Educação: História, Política, Sociedade: Educação e Ciências Sociais, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Publicou Dentro da casca (1993), A ossatura (2002), Inventário de ranhuras (2006 e poemas passageiros (2011)). Tem textos publicados nos "sítios" Balaiodenoticias (Aracaju), Cronopios (São Paulo), Panoramadapalavra (Rio de Janeiro), Veropoema (Teresina), nos jornais Cinform e jornal da Cidade (Aracaju) e nas revistas Cult (São Paulo), Língua Portuguesa (São Paulo) e Revista da Poesia Brasileira (Rio de Janeiro) entre outros. Trabalha como professor na rede pública de ensino em Aracaju. Nesta cidade atualmente produz e apresenta o programa "Mestres e Músicas", na rádio Aperipê FM,voltado para professores e artistas em geral. Também é professor de Literatura Brasileira, - Fundamentos da Crítica Literária e Teoria Literária na Universidade Estadual de Alagoas, no Campus de União dos Palmares.

Algumas Poesias de Jeová Santana:

CERTAS PALAVRAS

Palavras duras

duram na memória

Seu talho é fundo

qual faca no peixe

Palavras duras

ferem sem piedade

Até os poetas

lidam mal com elas

Palavras duras

o vento não leva

Palavras escritas

doem na vista

Palavras duras

devem ficar no cofre

O preço da desdita

só sabe quem sofre

Palavras duras

em ouças delicadas

São tão doídas

feito marradas

Palavras duras

não têm medidas

Ditas de chofre

desmantelam vidas

A PONTE E O VAZIO

à Ponte do Imperador

Nesta ponte não impera a dor

mas sim alegria

pois ao ligar-se ao nada

beira a margem da poesia.

(Poemas Passageiros,2011)

POEMINHA DO DESESPERO

Meu amor

mande-me um e-mail torpedo

dizendo que não me ama

que por mim não tem tesão

que gosta de mim como a um irmão

que gosta de mim como a um primo

que detesta tudo que rimo

Meu amor

não atenda meus telefonemas

nem meu convite pro cinema

de arte com filmes do Irã

Renegue meu jantar á luz de velas

Jogue meus buquês na lixeira

Delete meus poemas da memória

Rasgue minhas ridículas cartas de amor

Já ouvi essa conversa antes

do quartel de Abrantes

Me salve do poeta

que mora em mim

e insiste em te ver

entre praias e estrelas

e bulícios de feira

Meu amor

Me xingue, me expulse de sua casa

Bote os cachorros, a polícia,,um ebó,

o pai, o irmão capoeirista

pra cima de mim

Por favor, arranje logo um marido ciumento

e vá morar em Paripiranga, Parati, Paris

Pelas pestes! Olhe que ainda há tempo!

Depois não diga que não avisei!

ODE AO UMBIGO

Traço uma linha imaginária

entre duas montanhas

e um vale fosco

Faço da linha periscópio

e vasculho a fresta

por onde brotou a vida.

Desejo um córtex

que fosse ao cóccix

para desvenda-lo.

Ainda bem que ele anda ao sol

Soubesse sua dona

do perigo que emana

desse olho do cão

tapava-lhe a visão.

Isso deixaria mais opaco

os dias do poeta

nesse mundo vão.

(PRÊMIO BANESE DE LITERATURA)

Jeová Santana é um dos poetas homenageados no IX PRÊMIO TOBIAS BARRETO DE POESIA

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