domingo, 28 de dezembro de 2014

II CONCURSO DE POESIA DO COLÉGIO ESTADUAL "TOBIAS BARRETO" - 2006



  
II CONCURSO DE POESIA DO COLÉGIO ESTADUAL   "TOBIAS BARRETO"

Coletânea 2006




Governo do Estado
João Alves Filho

Secretaria de Estado da Educação
Lindberg Gondim de Lucena

Diretoria do Departamento de Educação
Edna Quitéria do Amorim Costa

Diretora do Colégio Estadual Tobias Barreto
Jacy Sousa dos Santos

Coordenadores Pedagógicos
Denise Silveira Lacerda
Maria Angélica Cardoso de Melo
Elmais de Oliveira Melo

Coordenação do I I Concurso de Poesia
Tânia Cristina Cardoso de Gois


  

Projeto
"Cantando Versos, Descobrindo Poesias"



Aracaju(SE), Agosto de 2006



2005 GOVERNO DE SERGIPE 
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO 
CAPA: Igor Bento Lima 
PROJETO GRÁFICO: ARTEXTO 
COMISSÃO JULGADORA: Arcádia Literária Estudantil



APRESENTAÇÃO

O II Concurso de Poesia do Colégio Estadual Tobias Barreto é a concretização do desejo dos nossos alunos que desde o ano passado descobriram o poder encantatório dos poemas e por esse motivo continuam a acreditar que a poesia deve ter um lugar privilegiado na escola.
Esse concurso faz parte de um projeto: "Poeta Aprendiz" que esse ano recebeu um novo nome: Can-tando Versos, Descobrindo Poesias" e traz em seu bojo um novo desafio: descobrir a poesia existente em vá-rias músicas brasileiras, como também poemas que foram musicados e a partir dos mesmos, incentivar nossos alunos a tocar, cantar, ler e escrever poesias.
Segundo o escritor e poeta José Paulo Paes "um mundo sem poesia é o mais triste dos mundos" . Assim é preciso que o fato poético esteja muito pre-sente e seja bem trabalhado pela escola, para que o universo escolar possa romper o tédio e a indiferença com que muitas vezes se vê recoberto. "O texto poéti-co é um espaço rico e amplo, capaz de liberar o ima-, gináici e o sonho das pessoas" por isso o mesmo e imprescindível na escola.
Nossa segunda Antologia, assim como a primeira pretende registrar e divulgar a "palavra" de alunos que com toda simplicidade expressam seu modo de pensar, de sentir, de ler o mundo. É também um incen-tivo para que continuem a ler e reconhecer poetas bra-sileiros e sergipanos a exemplo de nosso patrono "Tobias Barreto" e deste modo possam continuar a ler e escrever poesias.


Tânia Cristina Cardoso de Góis
Coordenadora do II Concurso de Poesia e do
Projeto "Cantando Versos, Descobrindo Poesias'


Jacy Souza dos Santos
Diretora



PREFÁCIO

VIDA E POESIA
Os povos sempre deram um papel especial a poesia em suas manifestações culturais. É através de versos que os judeus celebram a história de seu povo, que os muçulmanos proclamam sua fé. A poesia tam-bém tornou-se documento para contar a evolução do homem, cantando as guerras, como na Ilíada, de Ho-mero ou surgimento de um império, como na Eneida, de Virgílio.
No Brasil, as eras literárias sempre foram mar-cadas por poetas. O Barroco, com Gregório de Mat-tos; o Arcadismo, com Cláudio Manuel da Costa, To-más Antônio Gonzaga, Basilio da Gama e Santa Rita Durão; o Romantismo  com Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Junqueira Freire; o Sim-bolismo de Cruz e Souza e Alphonsus de Guimarães; a Párnasiano, com Olavo Bilac; o Pré-Modernismo com Augusto dos Anjos e o Modernismo com Mário de An-drade, Patrícia Gaivão, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Cecilia Meireles, Carlos Drummond, Raul Bopp, Vinicius de Moraes e tantos outros. Sergipe, o pequeno Estado da Federação, deu ao Brasil grandes nomes da Poesia:Tobias Barreto, Sílvio Romero, Fausto Cardoso, Hermes Fontes. Bit-tencourt Sampaio, Pedro de Calazans, Jackson de Fi-gueiredo. Jorge Siqueira Filho, José Maria Gomes de Souza, para citar os primeiros. ou ainda Freire Ribei-ro. Clodoaldo de Alencar, Artur Fortes. Enock Santia-go Filho, José Sampaio, Garcia Rosa, Antônio Garcia Filho, Passos Cabral. Bonifácio Fortes. José da Silva Ribeiro Filho. Graziela Cabral, Alberto Carvalho. Eu-naldc Costa, Josué Silva, José Olino. Fernandes Bri-to, Mário Jorge. já faiecidos. Entre nós ainda estão os poetas Mário Cabral. Santo Souza. Lígia Pina, Carmelita Fontes, Estácio Guimarães. Carlos Ayres Britto. José Abud, José Ama-do. Manuel Cabral Machado, Marcelo Ribeiro, Wag-ner Ribeiro. Antonio Carlos Viana, lima Fontes, Márcia Guimarães Solara, Vera VIlar, Sergival. Cléa Brandão, Tânia Menezes, Angela Margarida Torres, Ronaldson, Danilo Sampaio, Jeová Santana, Araripe Coutinho. Da Arcádia, que na opinião do ex-árcade Fernando Lins é o laboratório cultural para jovens em Sergipe, saíram Gizelda Morais, Nubla Marques, Hunald de Alencar, Eduardo Garcia, Vladimir Carvalho, da primei-ra geração, e os novos poetas Manoel Júnior, Valquí-ria Alves, Gustavo Aragão, Josiene Ferreira, Carlos Conrado, Reniton Santana, Igor Freire, Stefani Roma-no, Thais de Siqueira, Mário Sérgio, Lívia Freire, Kle-ber Ferreira, entre outros. O Colégio Estadual Tobias Barreto, pela segunda vez, no ano marcado pelo centenário de nascimento do poeta Mário Quintana e do centenário da revolução li-derada pelo também poeta Fausto Cardoso, realiza um projeto que vem aliar-se com a tradição da poesia sergipana, incentivando os estudantes a produzirem seus textos e arriscarem viver no mundo dos versos e das estrofes. Os poemas apresentados seguem um padrão típico da juventude: cantar as paixões, rejeita-das ou vivenciadas ou protestar contra o que está er-rado em nossa sociedade. No momento em que vemos jovens adolescen-tes se encantarem e nos encantarem com suas poesias, podemos continuar a ter esperança que o ciclo dos poetas, Iniciado em tão remotas era, continuará a per sistir, dando provas de que o fogo sagrado que alimen-ta a alma dos homens, ficará permanentemente vivo, para inspirar mais e mais cantores da vida. construto-res do amanhã.

Aracaju, julho de 2006.
Francisco Diemerson de Sousa Pereira
Secretário-Geral da Casa do Poeta de Aracaju
Membro da Arcádia Literária Estudantil e Assessor da Presidência da Academia Sergipana de Letras





SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO  05
PREFÁCIO  07
RELICÁRIO DO POETA  13
SOLIDÃO  14
FOGO  15
A VIDA  16
CRIANÇAS DO HAITI  17
COMO ESTÁ NOSSO BRASIL   18
A SOCIEDADE DIZ NÃO  20
PERFEIÇÃO   22
ARREPENDIMENTO  23
AS ROSAS E VOCÊ  25
OFIM DE UM GUERREIRO   26
LEMBRANÇAS   27
A REALIDADE DO NOSSO BRASIL  28
SAUDADE DE NOSSA VIDA  29
DECISÃO  30
O AMOR É INEXPLICAVEL   31
AMIZADE VERDADEIRA  32





RELICÁRIO DO POETA
A poesia que Morfeu nos sonhos criou
É como um rio, um mar de espectros
Que serpenteiam e na noite penetram
Ocultos noctâmbulos da natureza fria.
Desperta abstrata... O leito de relvas
Envolta nas cinzas perdidas dos anos
Cresce, é fênix—filha do Zéfiros
Suaves resíduos que a mão não esconde
Se pulsa, se grita
Na alma é inquieta
Reflete nas páginas
Que o poeta liberta!




Elizabethe Cristina dos Santos Ferreira 2° ano



SOLIDÃO

Por traz de uma alegria
Se esconde uma tristeza
Que se revela a cada dia
Com apenas um certeza

Por traz de um sorriso
Se esconde um pranto
Que me corrói a cada dia
Você não sabe o quanto!

O que causa tudo isso
É a certeza da solidão
Rodeada de amigos
Mas com o vazio no coração.




Dayane de Oliveira Ribeiro 2° ano - 2° Lugar



FOGO


Minha alma está inquieta
Parece querer fugir,
Sair e correr.

Meu corpo parece arder
Como se estivesse deitado em brasa
Porém não consegue apagar.

Minha mente agitada,
Não consegue parar,
E se fecho os olhos
É a sua imagem que vejo.

Então tudo para
Fica dentro de mim
Apenas o silêncio,
Um silêncio dos mortos.



Mauricio Carlos de Pietro Junior 2° ano - 3° Lugar



A VIDA

Alguém não pediu para nascer
mas nasceu.
Queria brincar para sempre,
mas cresceu
Não aprendeu a vida,
mas viveu.
Não sabia o que era amar,
mas amou.
Procurou a verdade,
mas não encontrou.
Queria sempre ser jovem,
mas envelheceu.
Não viu quem partiu,
mas chorou.
Não queria partir,
mas se foi.
Amava muito esse alguém,
mas o perdeu.

  

Jaqueline dos Anjos Santos 74 série - 4° Lugar



CRIANÇAS DO HAITI

Como alguém pode dormir em paz
Enquanto no Haiti
Crianças que são iguais
Comem argila com sal para sobreviverem?

É inacreditável!
Gente com dinheiro e poder não estende as mãos para
seres que são o futuro do mundo

Os olhos tristesenche,n-se de lágrimas
ao ver o olhar de fome dessas crianças!
Apesar disso essas crianças ainda sorriem

Queria eu ter o poder de mudar tudo isso
e em vez de estas crianças comerem barro.
comeriam arroz e feijão
Como todos nós!


Luciana Oliveira Vieira 2° ano - 5° Lugar
COMO ESTÁ NOSSO BRASIL
Vendo uma criança abandonada
tendo por cama uma suja calçada
partindo assim meu coração
e assim vou relatando
a razão do meu viver chorando
vendo uma criança mendigando pão
relato isso nos versos meus
vendo uma criança passando por sofrimento
com fome em todo momento
mudança é o que eu peço a Deus

Vendo isso, em meu peito dói
para ganhar a vida mata rouba e destroi
onde está os sábios da nossa nação
para fazer a mudança?
Vamos ajudar as crianças
que mendigam pelo pão
Tudo isso fazem por causa da fome
Aprendendo o que não presta
vamos mudar o que ainda resta
para que sejam verdadeiros homens
Com o dom que Deus me deu
faço esta poesia
retratando o sofrimento
das crianças abandonadas
tendo por cama as calçadas
e dormindo ao relento

Infelizmente o nosso Brasil está assim
e nisso temos que por um fim
para melhorar a nossa nação
o que não falta é esperança
vamos ajudar as crianças
que mendigam pelo pão



Helisson Rafael da Sitva Nascimento 1° ano - 6° Lugar



A SOCIEDADE DIZ NÃO

Nas favelas, palafitas, cidades mutantes
É possível se ver
Corrupção a cada instante
Pais que corrompem
Seus filhos para roubar
Esses filhos tão sofridos
São obrigados a furtar.

Essa desordem do progresso
Deste mar de confusão
Este pranto sem cessar
De mães que dizem não
Não!
Esses jovens também vivem
Eles querem viver
Mas com decência
Não sem ter o que comer

Esses jovens sentem dor
Rancor no coração
Eles tentam não roubar
A sociedade diz não
Não para o emprego
Não posso ajudar
Dizem não a tudo
Tudo sempre a negar

Como se dissessem: - Roubem
Por mim podem roubar
Não tô nem aí
Deixen pra lá
Os "filhinhos de papai",
Com tudo que tem nas mãos
Se drogam
Como resposta
Ao não da nação

Mesmo sem saber
Eles são nosso recado
De que não estender a mão
Ao próximo É pecado.

Thaís Rafaela Santana Dias Pereira 1° ano - 7° Lugar

PERFEIÇÃO

Política
Dizem ser a justiça dos homens
País é o lugar em que vivemos
Onde há guerra, mas também felicidade

Homens ricos
Por ter dinheiro dizem ter tudo. Serão felizes?
Homens pobres
Não têm dinheiro, têm felicidade?

Guerra!
Tristeza, imperfeição e injustiça...
Política? Guerra?

Perfeição!
Quem dera!!!



Vanessa Duarte de Oliveira Vieira 2° ano - 8° Lugar



ARREPENDIMENTO
Estou trancado mergulhado nessa solidão
Lá fora uma noite sombria me chama
Para dar um passeio
Um passeio na sombra, na escuridão
Na mais vasta solidão...

Saio caminhando sem destino
Se no caminho encontrasse a tal morte
Não à temeria, pois mem sua dor
Pode causar dor maior do que eu estou sentindo

Nessa vasta solidão da noite olhei para o céu e vi o luar
Recordei-me da mais bela crianção de Deus:
O brilho do olhar da minha amada!

Já tentei esquecer o brilho deste olhar;
Mas só ele pode me tirar dessa escuridão
me fazendo ver o brilho da vida.

Quando olho o meu coração, e vejo cortado
Tento cicratiza-lo, esnobando-a
Mais percebo que não posso

E corto-o milhões de vezes Só para não deixar de ama-lá.
Cometi o maior erro da minha vida Ao trair a confiança da minha amada Espero retomar a confiança dela
Antes que o tempo acabe com o amor Antes que o tempo nos separe Antes que o tempo leve um de nós
Se eu não conseguir, vou me amaldiçoar Por ter perdido a única pessoa Que amei, amo e sempre vou amar...
Igor Diniz Araújo 2° ano - 9° Lugar



AS ROSAS E VOCÊ

Delicadeza sem fim
Eterna enquanto está ali
E no meio de tantas estava você:
 Linda;
Perfeita:
Maravilhosa.
Me encantei.
Teu perfume, fascínio
Destruía as outras.
Seu jeito delicado me encantava
A cada lágrima derramada
Uma angústia no peito.
E cada encantamento,
Uma desilusão.
De poder sonhar
Mas não poder te ter.

  
Talita Calixto dos Passos 2° ano - 10° Lugar




O FIM DE UM GUERREIRO
Meu corpo parece pesado
Parece afundar cada vez
Que os segundos passam no relógio.

Ofegante, o ar está denso
Parece querer sufocar-me
E me deixar cada vez mais fraco.

Minha armadura está furada
Junto do meu peito.
E em meu coração
Foi atirada por você
Fazendo-me cair aos seus pés.

Então retire-a de meu peito,
Acabe com a minha dúvida
E diga que me ama
Ou encrave-a mais,
Acabe com minha vida
E com todo meu sofrimento



Maurício Carlos di Pietro Júnior 2° ano




LEMBRANÇAS...


Quando fecho os olhos
Penso em teus olhos diáficos
Com enormes auréolas serenas
Sinto um amor
Que não sei explicar
Sinto um desejo de abraçá-la,
Mas não sei expressar.

Sinto um desejo de gritar! "Não me deixes"
Mas é só ilusão
Não posso te abraçar nem gritar
Tenho medo de que, em breve.
A escuridão se eternize
Que nunca amanheça
Que a luz não chegue nunca mais
Que tudo morra
Como você morreu!

Sinto que estou no aparato imaginário
A cada dia, a cada momento
Penso nos teus olhos hiperbóreos
Como um oceano iluminado
Cheios de focos de luz
Desejo que sua alma esteja comigo
Para nunca mais perdê-la novamente.


  
Thaise Conceição dos Anjos, 8ª série



A REALIDADE DO NOSSO BRASIL

Sou poeta e realista
E escreveu como um artista
Retratando a realidade do nosso país
Que vem se acabando nas mãos do homem hostil
Mas temos nossos progressos
Para melhorar o Brasil

Sou poeta que mostra a realidade
E os problemas da sociedade
Expressando em um texto
Com versos, estrofes e rimas
Retratando coisas mínimas
Mostrando o meu pretexto
Para nosso Brasil mudar
Temos que nos afastar
Do progresso do homem vil
Que só pensa em violência
E não pensa na conseqüência
E quem sofre é o Brasil

  
Helisson Rafael da Silva Nascimento 1° ano




SAUDADE DE NOSSA VIDA
De olhos fechados reflito o passado,
O que ficou para traz
Livros, discos, cartas, e você,
Nosso lar.
Nossa vida não voltará jamais

Imaginar, criar, lembrar
Isso me faz chorar
Saudade...
De você? De nossa vida?
Daquela casa sustentada de amor

Saudade dessa vida que deixei
A sombra da morte me levou!

  
Luciana Oliveira Vieira 2° ano



DECISÃO


O mundo está destruindo a minha cabeça,
Atropelando meu coração,
Fechando a porta do abismo.
Me diz o faço, se num pequeno instante você me aparecer
Me arrisco?
Ou tento te esquecer?
Você ilumina minh'alma
E destrói o meu coração.
Mas o que será de mim,
Da minha Arte,
Da minha Poesia
Se eu não tomar uma decisão.



Talita Calixto dos Passos 2° ano




O AMOR É INEXPLICÁVEL


O meu amor por você
É como o sol brilhando a cada instante
É como o mar fazendo ondas
É como a lua nascendo a cada noite
O meu amor por você é também chuva sem água
É ter olhos e não enxergar
É tudo e ao mesmo tempo é nada
É tão difícil de explicar
E até mesmo falar
O meu amor por você é assim...
Inexplicável



Vanessa Duarte de Oliveira Vieira 2° ano




AMIZADE VERDADEIRA


Amizade verdadeira
É a que tenho com você.
Amizade igual a esta,
Ninguém pode descrever.
Somos assim: carne e unha,
coração a coração,
Almas gêmeas bem unidas.
Com carinho e afeição
Uma mão que lava a outra.
Com toda sinceridade.
É assim que considero
Que também desejo e quero
Continuar nossa amizade.


  
Jaqueline dos Anjos Santos 7a série









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