segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Escritora Giselda Santana Morais

Gizelda Santana Morais nasceu em Sergipe onde fez  seus estudos primários e secundários e se iniciou na literatura, publicando poesias, crônicas e artigos em jornais de Aracaju. Aos doze anos começou a escrever poesias. Seu primeiro poema publicado saiu no Sergipe-Jornal , em janeiro de 1955, com apresentação do escritor Epifânio Dória. Em 1958, José Augusto Garcez, através de seu Movimento Cultural de Sergipe, publicou seu primeiro livro, Rosa do Tempo. Participou da criação do Clube Sergipano de Poesia. Muitos de seus poemas foram publicados em coletâneas e antologias regionais e nacionais, em jornais e revistas; e alguns circulam na internet. Além do exercício em poesia, estudou e ensinou no Brasil e no exterior, escreveu e publicou trabalho nas áreas de psicologia e de educação. Publicou cinco livros no gênero romance: Jane Brasil, Ibiradiô, Preparem os Agogôs, Absolvo e Condeno e Feliz Aventureiro.
Publicou vários trabalhos científicos em livros e revistas especializadas. Criou as Rodas de Leitura de Sergipe.
  (verso / 1958)
Neste minuto agora
solitário
olho o começo de uma estrada
indecisa.
Mais indecisa fico
e o tempo passando
me arrasta com ele
por essa estrada assim
sem meta nem reta.
 
(reverso/ 2002)
Houve sempre retas que não vi
metas que não cumpri
o tempo nunca passou
senão por mim
já não conto as horas
dos relógios
perdidos e quebrados
não restou nem um
do meu vocabulário
risquei rimas
sinas
(verso/ 1958)
Carrossel foi fincado
na praça de Aracaju
cavalo colado
cadeira pregada
carrossel rodou cheio de crianças
carrossel girou, girou
foi pra dentro da gente
fez da gente pião
e lá fomos rodando
pelo mundo afora.
Carrossel fincado dentro da gente
carrossel fincado na praça de Aracaju.
(reverso/ 2002)
Carrossel retirado
da praça de Aracaju
cavalo queimado
cadeira quebrada
carrossel despregado
do peito da criança
pinhão solto no mundo
atravessado
entalado na garganta
regurgitado
no sono
dos sobreviventes
POEMA
Silêncio!
A noite está dormindo nos poemas
Não vamos acordá-la.
As lágrimas estão correndo
Nas faces dos poemas
As cores, a música, o mar
As pedras, os cabelos e todas as imagens
 Estão vibrando nos poemas.

Nenhum comentário: